sábado, 8 de setembro de 2007

As palavras...o pós-modernismo...

Acabo de ler a "Bibiloteca de Babel " de Jorge Luis Borges e alguns outros textos sobre o "Pós-modernismo".
Algo ficou ecoando disso tudo, então novamente resolvo colocar citações:

"Escritores que criam textos ou usam palavras o fazem com base em todos os outros textos e palavras com que depararam, e os leitores lidam com eles do mesmo jeito. A vida cultural é, pois, vista como uma série de textos em intersecção com outros textos, produzindo mais textos (...) Esse entrelaçamento intertextual tem vida própria; o que quer que escrevamos transmite sentidos que não estavam ou possivelmente não podiam estar na nossa intenção, e as nossas palavras não podem transmitir o que queremos dizer. É vão tentar dominar um texto, porque o perpétuo entretecer de textos e sentidos está fora do nosso controle; a linguagem opera através de nós." ( HARVEY, p.53 e 54).

"A nossa linguagem pode ser vista como uma cidade antiga: um labirinto de ruelas e pracinhas, de velhas e novas casas, e de casas com acréscimos de diferentes períodos; e tudo isso cercado por uma multiplicidade de novos burgos com ruas regulares retas e casas uniformes.” ( Lyotar e a condição do pensamento pós-moderno, através de metáfora de Wuittengenstein (o pioneiro da teoria dos jogos de linguagem)- HARVEY, p. 51.)

“... a fronteira entre ficção e ficção científica sofreu uma real dissolução, enquanto as personagens pós-modernas com freqüência parecem confusas acerca do mundo em que estão e de como deveriam agir com relação a ele. A própria redução do problema da perspectiva à autobiografia, segundo uma personagem de Borges, é entrar no labirinto: “Quem era eu? O eu de hoje estupefato; o de ontem, esquecido; o de amanhã, imprevisível?” Os ponto de interrogação dizem tudo.” ( HARVEY, p. 46)

"Não me parece inverossímil que em alguma prateleira do universo haja um livro total; rogo aos deuses ignorados que um homem - um só, ainda que seja há mil anos! - o tenha examinado e lido. Se a honra e a sabedoria e a felicidade não estão para mim, que sejam para outros. Que o céu exista, embora meu lugar seja o inferno. Que eu seja ultrajado e aniquilado, mas que num instante, num ser, Tua enorme Biblioteca se justifique.(...)
Minha solidão alegra-se com essa elegante esperança. "
Borges, Mar del Prata 1941.

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