terça-feira, 30 de outubro de 2007

Estrofe Derradeira


JULIETA - Ai de mim, meu esposo, senhor, amado, amigo

Vais embora
Manda notícias sempre e a toda hora,

pois um minuto só na tua ausência,

há dias e mais dias de existência.

Crês que algum dia ainda nos veremos?


ROMEU - Sim, sim! E tudo que hoje sofremos

Essa tristeza, essa amargura,

serão nosso assunto em conversas futuras.


JULIETA - Oh! Meu Deus! Tenho na alma um mal presentimento

ou meu olhar me engana ou estás pálido?


ROMEU - Se teus olhos me vêem assim,

Assim te vêem os meus.

É a dor que bebe o nosso sangue,

Adeus!

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Eu me entrego ao som de Mercedes Sosa...


Alfonsina Y El mar

(estou ouvindo esta música no chão próximo a um piano, depois do Raio da Manhã num apartamento desconhecido...)

Por la blanda arena
Que lame el mar
Su pequeña huella
No vuelve más
Un sendero solo
De pena y silencio llegó
Hasta el agua profunda
Un sendero solo
De penas mudas llegó
Hasta la espuma.
Sabe Dios qué angustia
Te acompañó
Qué dolores viejos
Calló tu voz
Para recostarte
Arrullada en el canto
De las caracolas marinas
La canción que canta
En el fondo oscuro del mar
La caracola.
Te vas Alfonsina
Con tu soledad
¿Qué poemas nuevosFuíste a buscar?
Una voz antigüa
De viento y de sal
Te requiebra el alma
Y la está llevando
Y te vas hacia allá
Como en sueños
Dormida, Alfonsina
Vestida de mar.
Cinco sirenitas
Te llevarán
Por caminos de algas
Y de coral
Y fosforescentes
Caballos marinos harán
Una ronda a tu lado
Y los habitantes
Del agua van a jugar
Pronto a tu lado.
Bájame la lámpara
Un poco más
Déjame que duermaNodriza, en paz
Y si llama él
No le digas que estoy, dile que,Alfonsina no vuelve
Y si llama él
No le digas nunca que estoy
Di que me he ido.
Te vas Alfonsina
Con tu soledad
¿Qué poemas nuevos Fueste a buscar?
Una voz antigüa
De viento y de sal
Te requiebra el alma
Y la está llevando
Y te vas hacia allá
Como en sueños
Dormida, AlfonsinaVestida de mar.

Y se llama él, di que me he ido...

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

FLORbela Espanca de novo...

EU

"Até agora eu não me conhecia
Julgava que era eu e eu não era
Aquela que em meus versos descrevera
Tão clara como a fonte e como o dia
Mas que eu não era
Eu não sabia
E, mesmo que o soubesse, o que não dissera...
Olhos fitos em rútila quimera
Andava atrás de mim...e não me via!
Andava a procurar-me pobre louca!
E achei o meu olhar no teu olhar, e minha boca sobre a tua boca!
E esta ânsia de viver, que nada acalma,
É a chama da tua alma a esbrasear
As apagadas cinzas da minha alma!"Charneca em Flor - Florbela Espanca.

"Há uma primavera em cada vida: é preciso cantá-la assim florida, pois se Deus nos deu voz foi pra cantar" - Florbela Espanca